Em testes clínicos, medicamentos conseguiram reduzir as lesões
apresentando poucos efeitos colaterais.
Duas novas
drogas apresentaram resultados promissores no tratamento da psoríase, doença
não contagiosa caracterizada por lesões na pele, que atinge entre 1% e 3% da
população mundial. Segundo os resultados publicados no periódico médico New
England Journal of Medicine, nesta quinta-feira, 75% dos pacientes apresentaram
melhora nas lesões da pele após 12 semanas de tratamento.
Ambos os
medicamentos inibem a ação de uma citocina (molécula que ajuda as células a se
“comunicarem”) chamada interleucina-17 (IL-17). Os remédios usados atualmente,
como o Stelara, atuam sobre outras citocinas, como a IL-12, IL-23 ou em
receptores dessas moléculas. Essas citocinas agem causando inflamações que
geram as placas características da psoríase.
"Por atuarem na
IL-17, são uma nova classe de medicamentos contra a psoríase”, explica Caio
Castro, dermatologista da Santa Casa de Curitiba e pesquisador da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Os dois medicamentos
estão na segunda fase de testes clínicos. O Ixekizumab, da Eli Lilly, que age
inibindo diretamente a IL-17, proporcionou uma melhora de até 77% nos pacientes
que receberam dose mínima, e 82% nos que receberam dose máxima, após 12 semanas
de tratamento. Entre 38% e 39% tiveram melhora de 100% no mesmo período.
O
Brodalumab, da Amgen, que inibe o receptor da IL-17, mostrou um índice de
eficácia de 75% com a dose mínima e entre 77% e 82% com doses moderadas após 12
semanas. Em média, proporcionou melhora de 45% nos pacientes que receberam uma
dose de 140 mg, 76% naqueles que ingeriram doses de 280 mg e 86% nos que usaram
doses de 210 mg.
Efeitos
colaterais — Os
efeitos colaterais mais comuns em medicamentos para o tratamento da psoríase
são infecções e inflamações nas vias respiratórias e reações no local das
injeções. Em casos mais raros, os pacientes desenvolvem tuberculose.
Nenhum efeito
colateral foi observado no Ixekizumab. Os efeitos apresentados pelo Brodalumab
foram mais raros, mas incluíram queda nas células de defesa, dores no rim e
gravidez ectópica (que acontece fora do útero).
Segundo um dos
participantes das duas pesquisas, Craig Leonardi, professor de dermatologia
clínica na Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, a ausência de
efeitos colaterais foi impressionante. "As duas drogas tiveram o melhor
desempenho de todos os estudos que já participei", disse ao site Health Day. A
surpresa ocorreu porque outros estudos já associaram os inibidores de IL-17 com
um maior risco de ataque cardíaco.
Para Caio Castro, a presença de menos efeitos
indica que os medicamentos podem também agir menos. "Para alguns pacientes
poderá funcionar bem, mas não deverá ter a mesma eficácia com outros, já que
age em apenas uma citocina. De qualquer forma, é uma nova arma para o arsenal
contra a psoríase, já que muitos pacientes não respondem a nenhum dos
medicamentos atuais."
"Os resultado iniciais dos estudos
mostram que são medicamentos eficazes, com rápido início de ação e sem efeitos
colaterais maiores. No entanto, para serem aprovados pelos órgãos reguladores
(FDA nos EUA e ANVISA no Brasil), ainda serão necessários estudos de fase
3 e avaliação a longo prazo", afirma a mestre em dermatologia Gladys
Martins, coordenadora do ambulatório de Psoríase do Hospital Universitário de
Brasília e membro do IPC (International Psoriasis Council). Ambos
os medicamentos devem levar por volta de 3 anos para chegar ao mercado.
Fonte: Site Psoríase Brasil e Dr. Caio Castro.
Revista Veja.
Tratamento
Psoríase não tem cura, tem tratamento. Não há como prevenir a doença,
embora seja possível controlar a reincidência. O tratamento da psoríase vai
depender do quadro clínico apresentado, pode variar desde a simples aplicação
de medicação tópica até tratamentos mais complexos.
A resposta ao tratamento também varia muito de paciente para paciente e
o componente emocional não deve ser menosprezado.
Uma vida saudável, evitando-se o estresse vai colaborar
para melhora.
Não existe uma forma de se acabar definitivamente com a psoríase, mas é
possível conseguir a remissão total da doença, obtendo-se a cura clínica. Ainda
não é possível, no entanto, afirmar que a doença não vai voltar após o
desaparecimento dos sintomas.
Existem 4 (quatro) tipos principais de terapia para psoríase: Tópicos,
Fototerapia, Terapia Sistêmica e Terapias Biológicas.
Os tratamentos tópicos são normalmente prescritos para psoríase leve a
moderada, ou seja, quando a psoríase afeta 30% ou menos, da área da superfície
corporal. São utilizados cremes e pomadas diretamente nas regiões afetadas.
São eles: Antralina, coaltar, tarazoteno, derivados da vitamina D3
(Calcipotriol), corticóides, (Pimecrolimus e Tracolimus).
Técnica terapêutica que consiste na emissão artificial e indolor de
radiação ultravioleta (UVA e UVB), fornecida através de aparelhos especiais sob
a forma de cabine com lâmpadas fluorescentes. Quando associada com
medicamentos, os psoralenos, que são substâncias foto ativas, recebe o nome de
PUVATERAPIA. Pode ser usada apenas a radiação UVB sob forma usual ou em
um tipo conhecido como NARROW-BAND.
São cabines com lâmpadas especiais onde o paciente permanece por poucos
minutos com a pele doente exposta e a pele sadia protegida por roupas especiais
ou filtros solares. As sessões são semanais e o tempo de tratamento vai
depender do grau de melhora das lesões.
A Fototerapia tem como vantagem, em relação ao sol, não depender de
fatores climáticos, como estação do ano, nuvens e horário para melhor
continuidade e bom resultado do tratamento, além de maior segurança na dosagem
de radiação ultravioleta; sendo assim, a ocorrência de queimadura pode ocorrer,
mas é excepcional.
Os efeitos colaterais mais comuns da fototerapia são o envelhecimento da
pele e o risco aumentado de câncer de pele.
Consiste na utilização de um medicamento por um período de tempo, seja
via oral ou em forma de injeção. Indicados nos casos moderados e graves e nos
pacientes em que não se obteve resultado com tratamento tópico.
Os mais utilizados são: Metrotexate, Ciclosporina (são imunossupressores), Acitretina
(medicamento que melhora a queratinização da pele) e Retinóides via oral.
A maior parte das terapias sistêmicas, não deve ser utilizada por
mulheres grávidas uma vez que, podem causar anomalias congênitas no feto.
Entretanto é preciso usar de bom senso para avaliar a relação risco/benefício
da terapia e individualizar a terapia para cada gestante.
Os biológicos destinam-se a uma parte bastante específica da resposta
imunológica, ao contrário das terapias sistêmicas (imunossupressores) que
suprimem todo o sistema imunológico. Em virtude disto, devem, teoricamente, ter
menos efeitos colaterais do que os fármacos sistêmicos; contudo, não houve um
prazo suficiente de investigação para provar isto.
Além disso, alguns biológicos são bastante efetivos no controle da
artrite psoriática.
Existem atualmente 5 (cinco) biológicos em desenvolvimento para o
tratamento da psoríase moderada a grave:
Alefacepte;
etarnecepte;
infliximabe;
adalimumabe;
ustekinumabe.
Quanto mais informações você reunir acerca das terapias disponíveis e o
que esperar, mais será capaz de controlar sua psoríase.
A doença requer controle permanente, a fidelidade ao procedimento
adotado contra a psoríase, aliás, é fundamental. Por terem uma doença crônica,
os psoriáticos não podem desistir na primeira tentativa. “É como se tivessem
diabetes ou hipertensão. O controle é permanente e um rodízio de tratamentos
pode evitar efeitos colaterais”.
Fonte: Psoríase Brasil